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26.6.04
23:32 (JPP)
POBRE PAÍS
o nosso.
"Será que se faz ideia, em particular nos órgãos de comunicação social, da enorme confusão que as pessoas comuns, menos politizadas, sentem face a notícias que estão a ouvir nos intervalos do futebol? Notícias que se precipitam, com pequena clareza e explicação, feitas por gente que acompanha ao detalhe a luta política exclusivamente para gente literata na nossa política, sem cuidar da insegurança que geram?
As pessoas intuem que alguma coisa de importante se está a passar, mas não sabem o que é. Imaginam os comentários perplexos que, numa pequena aldeia, traduzem essa impotência pela falta de informação, ou pela informação apressada? O que é que se está a passar? O nosso PM morreu? Os comunistas vão ganhar? Vai mudar tudo? Quem vai governar é a Europa?
Todos estas perguntas me foram feitas. Esta é a realidade da percepção pública de uma crise inesperada, que surge com a máxima estranheza porque fora do quadro eleitoral normal."
Pois...
ResponderEliminarÉ como eu sempre digo: o mal é intrínseco à matriz subliminar hipócrita da cultura portuguesa, a qual gera toda a sorte de fenómenos, como este. A razão é profunda e histórica, perde-se no tempo. A orientação desta matriz é transversal. Cruza a sociedade na horizontal e, por isso, manifesta-se a todos os níveis.
Não acuso ninguém. Pessoas, partidos, instituições ou organizações. Quem sou eu para o fazer ou o desejar fazer? Não tenho apetência para juiz. Apenas faço notar realidades. E a realidade é que a mentalidade portuguesa de hoje é quasi igual à do dia em que nasci, e já lá vão quase 48 anos (este valor não me é estranho... :) )
Cumprimentos.