segunda-feira, maio 31, 2004

Ontem...

decorreu em São Pedro de Sintra, a Gin-Cão-Na II, promovida pela APCA e outras Associações de Protecção aos Cães Abandonados. Foi um almoço/convívio entre pessoas amigas dos animais - e seus cães - com o fim de angariar fundos para ajudar a sobrevivência dos animais vítimas de abandono, acolhidos nessas instituições.
A breve palestra, proferida pela Dra Ilda Rosa, da Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, foi elucidativa e sensibilizadora.
O evento, largamente divulgado na net e na imprensa, contou com a colaboração de São Pedro - nem calor, nem frio e ausência de chuva.
Quanto aos que ajudam, são poucos e sempre os mesmos.
Bem Hajam!

14.

A noite inteira já não chega.
Nenhum silêncio nos consola
de ver o rio por uma nesga
entre o cimento, feito esmola.

Quando a cidade nos derrota
doi de saudade o verbo ir
como se o rio viesse á porta
com suas velas de partir.

E de mãos dadas não partimos
presos na margem de estar cá.

Só um no outro descobrimos
o horizonte que não há.


Rosa Lobato de Faria
in Poemas Escolhidos e Dispersos

sábado, maio 29, 2004

Hoje...

não quero ser nada! Nem mulher, nem mãe, nem trabalhadora, nem - sequer - dona de cães. Quero ser apenas eu. Sentar-me na varanda e olhar o mar!

sexta-feira, maio 28, 2004

JÁ NÃO HÁ...

barracas no Concelho de Oeiras. Sobrou o entulho que já não há e alguns cães, deixados na barraca que já não é, de guarda à família que já não têm, alojada já algures. Uns, com mais sorte, vão sobrevivendo graças a gentes de bom coração. Outros, nem tanto.
E o Gandhi a dizer..."O civismo de um Povo avalia-se pela forma como trata os animais".

quinta-feira, maio 27, 2004

FESTA DA POESIA

De 20 a 23 de Maio o Concelho de Oeiras viveu a FESTA DA POESIA.
Dos eventos do 1º dia escolhi o da Livraria/Galeria Municipal Verney - Oeiras, a comemorar o seu 9º aniversário com uma Homenagem ao Poeta David Mourão-Ferreira e cujos poemas foram lidos pelo Escultor Francisco Simões e por membros do Centro Cultural de Oeiras.
O Francisco Simões - meu amigo da adolescência - que vou perdendo e reencontrando pelos caminhos da vida e das artes, com a voz embargada pela emoção, falou do "sedutor que se deixava seduzir", do amor que o escritor tinha por Itália e das várias Universidades Italianas onde se aprende David Mourão-Ferreira e a Língua Portuguesa.
Por cá... apenas alguns amigos - Verney incluída - vão celebrando o Poeta que guardam no coração.
Das Universidades Portuguesas, não consta que conste dos Programas!


PARAÍSO
Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.

Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!

Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençois o lume do teu peito...

Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.


David Mourão-Ferreira
in INFINITO PESSOAL
(1959-1962)

Não tenho respostas

Não tenho respostas.
Quero atordoar-me no barulho,
para que o silêncio das palavras,
não me mate de dor o coração.
Irrelevante!
Há estados intemporais.

IM