quarta-feira, dezembro 28, 2005

rio azul




Isabel Magalhães

Rio Azul
2001
73 x 92 cms
acrílico sobre tela

(Col. Particular)


- "Tens muito que fazer?
- Não. Tenho muito que amar."
Sebastião da Gama

sexta-feira, dezembro 23, 2005

O País Verde


Isabel Magalhães

O País Verde
2000
73 x 60 cms
acrílico sobre tela

Portal da Candidatura de Cavaco Silva


Recebi por e-mail uma mensagem de Diogo Vasconcelos informando que está já "on line" a versão 2.0 do Portal da Candidatura do Prof. Cavaco Silva.
É oportuno dizer que Diogo Vasconcelos, um especialista das tecnologias informáticas, é o Mandatário Digital da Candidatura à Presidência da República do Prof. Cavaco Silva.
Num blog de acompanhamento, o blog do mandatário digital, Diogo Vasconcelos presta informação adicional sobre o Portal e revela algumas características curiosas como o facto de o Portal da Candidatura do Prof. Cavaco Silva ser o primeiro site português com capacidade de se ler a si próprio em voz alta, uma facilidade particularmente útil para pessoas cegas e pessoas idosas.

Como Soares deu um KO a si próprio



Mário Soares precisava, no debate final com Cavaco Silva, de ser politicamente contundente mas, também, construtivo e credível. Foi, apenas e só, agressivo no tom e destrutivo nas palavras. Precisava de abrir brechas no distanciamento esfíngico de Cavaco, de o fazer descer do pedestal de superioridade em que tem decorrido a sua campanha. Conseguiu, apenas e só, desgastar-se a si próprio em ataques e indelicadezas sucessivas reforçando a aura de seriedade e respeitabilidade do seu adversário.
Mário Soares não fez uma única intervenção, uma única, ao longo de mais de uma hora de debate, com uma ideia para o país, com uma proposta mobilizadora, com uma mensagem positiva. Foi reiteradamente agreste, catastrofista, acintoso, negativista. Obcecado em denegrir e abalar o adversário, esqueceu-se de que estava a falar para os portugueses, perdeu a compostura e o discernimento, transformou uma campanha presidencial num recinto de luta livre, converteu um debate político numa conversa, azeda e ressentida, de vizinha rezingona e maldizente.
Soares chamou tudo o que podia chamar a Cavaco. «Não tem competência, não tem temperamento, não tem conversa, não é um social-democrata, é um homem de direita, quer vender gato por lebre, não tem uma formação democrática precisa, não fala, está blindado, deu o poder a outro porque tinha medo de ser julgado e de perder, é um político intermitente, só gosta de panegíricos, só governa em tempo de vacas gordas, é um economista razoável, não é um suprassumo da economia, tem vergonha do partido dele, quando está com outras pessoas ou fala de economia ou cala-se, etc., etc., etc».
A diatribe de Soares foi-se tornando, a cada remoque ou intervenção que fazia, mais incómoda para os espectadores, mais patética pela exaltação, mais confrangedora pelo excesso de linguagem e pela gratuitidade dos ataques. Chegou a roçar a inconveniência, como na alusão às conversas com políticos europeus sobre o comportamento de Cavaco quando este era primeiro-ministro.
Cavaco nem precisou de ser brilhante para sair claramente por cima deste debate. Bastou-lhe ignorar a má-língua, não baixar ao nível conflituoso e chocarreiro do seu adversário, falar do [que] pensa poder ser o seu papel em Belém e, em sintomático contraste, deixar cair alguns elogios às qualidades do opositor. Enquanto isso, Mário Soares tratava, acusação atrás de acusação, golpe após golpe, de dar um KO a si próprio e de se pôr fora de combate.

in Expresso on-line
21 Dezembro 2005

quarta-feira, dezembro 21, 2005


BOAS FESTAS
SANTO NATAL E FELIZ ANO NOVO

PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE


gentilmente 'cedido' aqui

sexta-feira, dezembro 16, 2005

PERSPECTIVAS - Arte Contemporânea

EPRDF...#05 - grafite e pigmento sobre papel
115 x 85 cm - ano 2005


emeksef (Francisco Xavier Menezes) - (1969, Moçambique)
1º ano do Doutoramento em "Prática e Teoria da Pintura", Universidad del País Basco, Espanha.
Licenciado em Artes Plásticas - Pintura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.
Participa em exposições desde 1993 em Portugal e no estrangeiro.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

PERSPECTIVAS - Arte Contemporânea


Manuela Jardim

Mercado
2003
óleo sobre tela
100 x 100 cms


manuela jardim - 1949 Guiné Bissau
Licenciada em Artes Plásticas - Escultura, Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Cursos de gravura, têxteis e decoração da Fundação Ricardo Espírito Santo; serigrafia no Institut Nacional d'Education Populaire de Paris.

sábado, dezembro 10, 2005

PERSPECTIVAS - Arte Contemporânea



Casa Santa Rita
Galeria de Arte - Sala de Chá
10 DEZ. 05 a 12 JAN.06
INAUGURAÇÃO ÀS 16H
TERÇA A DOMINGO 14H ÀS 19H

sexta-feira, dezembro 09, 2005

nove de dezembro


É como diz a Laerce; dar os parabéns a alguém via blogoesfera, tem que se lhe diga. Cá por mim, estou em vantagem... tive mentora. Partilhámos a ideia mas o legado da pesquiza foi-me dado todo feito. Além da primazia da escolha.

A amiga que hoje festeja o seu dia, tem uma vasta obra num blogue que visito assiduamente. É dela o texto que vos ofereço e que escolhi porque fala da cidade que tanto ama, e que eu tanto amo por ser a minha cidade.

E porque sei que gosta de café, e de se sentar nos cafés que são o ‘ex-libris’ da cidade de Lisboa, escolhi esta tela do Pintor António Soares para lhe oferecer, virtualmente, no dia do seu aniversário.

PARABÉNS,
Musalia! Tchim! Tchim!

(se fores ao Japão e se brindares, não digas ‘tchim, tchim!’. Disseram-me que não convém! :) )



António Soares
No Terraço do Café
s/data

(Lisboa, Século XX nas Artes Plásticas)


DEAMBULAÇÕES

Sigo o ritmo do barco e atravesso o rio. Os meus pensamentos rasgam a bruma e enchem-se do ouro jaldelino do velho Terreiro a que a proximidade do Tejo empresta colorações venezianas. Recolho o marulhar da água em lufadas tranquilas ao longo do cais das colunas e da ribeira das naus e, fechando os olhos, quase capto os acordes da Casa da Ópera e o tilintar dos tesouros das Casas de Ceuta e da Índia junto ao velho Paço da Ribeira, deslocado da antiga Alcáçova do Castelo.Inicio o percurso à beira rio demorando-me no olhar límpido do vendedor de castanhas que me estende o cartucho de forma maquinal, rosto sulcado por fina teia de rugas. Aconchegada no calor que se liberta das pedras seculares, embrenho-me, em seguida, nas ruas de traçado rectilíneo de gosto pombalino. Não me guia um itinerário definido, apenas me entrego a esta sensação de bem estar que sempre embala as minhas deambulações pela Baixa citadina e cruzo os espaços acertando os tempos com as memórias. Subo a Rua do Alecrim, de odores desvirtuados pela essência dos raminhos de violetas nos cestos das vendedeiras e pelo aroma do café da Brasileira, ao cimo do largo das duas igrejas e a ambos cedo, amainando o passo e o pensamento. Notas de uma cantata de Bach saltitam nos degraus do pórtico da Igreja dos Mártires, entro e aquieto-me na embriaguês intensa desse amor descoberto no início da adolescência. Acalmia e silêncio devolvem-me à calçada onde me misturo ao palpitar da cidade.

musalia

segunda-feira, dezembro 05, 2005

dia internacional do voluntariado



No dia internacional do voluntariado, a recém eleita Junta de Freguesia de Linda-a-Velha, procedeu ao lançamento oficial do seu Banco de Voluntariado, no salão nobre do Palácio dos Aciprestes.

Este Banco de Voluntariado foi uma das promessas feitas aos munícipes e está já a funcionar assim como o site

www.voluntariado-lav.org onde consta toda a informação detalhada, e o e-mail

banco@voluntariado-lav.org para inscrições.

As informações e contactos também poderão ser feitos através da Junta de Freguesia no Largo do Mercado, pelo telefone 21 414 18 95, e jfreglindavelha@netcabo.pt

quinta-feira, dezembro 01, 2005

LUAR


ISABEL MAGALHÃES
Luar
1998
50 x 70 cms,
tecnica mista, colagem e óleo s/tela


Col. Pedro Magalhães

quarta-feira, novembro 30, 2005

teresa almeida rocha


Criptografia, 2005, 60 x 60 cms, Acrílico s/tela


para quem gosta de azul!...


gentilmente cedido pela autora

terça-feira, novembro 29, 2005

SIMBOLOGIA




ISABEL MAGALHÃES
Simbologia, 2000, 60x50 cms, acrílico s/tela

(Col. Pedro Magalhães - Designer de Comunicação)


"A caminho dos azuis
o sinal, o branco
no meio do caminho
a barreira
na direcção
para além dos azuis..."

banco de voluntariado - freguesia de linda-a-velha




As informações e contactos também poderão ser feitos
através da Junta de Freguesia no Largo do Mercado,
pelo telefone 21 414 18 95

segunda-feira, novembro 28, 2005

teresa almeida rocha

Teresa Almeida Rocha
Águia II
1999
acrílico s/tela

(da exposição JANELAS, Galeria Casa Santa Rita, Colares/Sintra)


domingo, novembro 27, 2005

carlos botelho (1899-1982)





Ramalhete de Lisboa, 1935

Marinha nº 1, 1957

Primavera, 1958



S/título, 1953

S/título, 1953

Fotos: Catálogo Lisboa 94, Exposição Palácio Galveias, Lisboa



sábado, novembro 26, 2005

cruzeiro seixas

É sempre tarde quando a noite nos descobre, 1980
Aguarela sobre papel
29 x 42 cms

Universos Paralelos, 1976
Óleo sobre tela
56 x 44 cms


Uno se pergunta qué hado maléfico gravita sobre creaciones tan extraordinarias como la tuya. Que se ignore tu obra en el mundo, que no se conozca según deberia conocerce y estimarse, és solo indicativo del momento de miserabilismo espiritual por el que estamos pasando. Uno se indigna, salta de indignación hasta el techo, pero no puede hacerce nada! Solo nos queda continuar en lo nuestro, seguir por nuestra parte hacia adelante, sin dar mayor importancia a esas miopía y poquedad universales.

Tus dibujos tienen siempre un misterio poético y una individualidad admirables, por los quales puede reconocerce immediatamente al gran artista que los creó, inconfundible.

Eugénio F. Granell

quinta-feira, novembro 24, 2005

cruzeiro seixas

A perda da inocência, 1966
Tinta da china sobre papel
41 x 29 cms

"Da Segunda Natureza" (Flaubert), 1969
Óleo sobre tela
40 x 30 cms

A noite, 1970
Acrílico sobre papel
48 x 63 cms

No dia a seguir ao nosso casamento, 1967
Acrílico sobre papel
28 x 37 cms

Artur Cruzeiro Seixas, que nasceu em Lisboa em 1920, foi por certo um dos (poucos) artistas que mais intensamente marcaram os ainda mal estudados caminhos do surrealismo português.

quarta-feira, novembro 23, 2005

teresa almeida rocha


JANELAS
acrílico s/tela






JOSÉ ESCADA (1934-1980)


S/título, 1965, óleo s/tela, 38 x 45

(Col. Particular)

terça-feira, novembro 22, 2005

JOSÉ ESCADA (1934-1980)

O meu Strof, 1979, acrílico s/tela, 34,5 x 43,5 cms

(Col. Particular)


PRÉMIO... pior é impossível!



Circula na net há algum tempo e já cá veio parar várias vezes...

Não haverá alguém, lá da zona, que dê uma 'mãosinha' ao homem!?

segunda-feira, novembro 21, 2005

OLÁ!

dia mundial da saudação!

domingo, novembro 20, 2005

aquele abraço...

A associação "Abraço" recebeu 30 meninos com HIV.

«Estamos a necessitar de roupa para rapariga (qualquer idade) e para rapaz precisamos dos 6 aos 14 anos. (trinta crianças a cargo neste projecto).

Se quiserem colaborar contactem se faz favor para:
Maria José Magalhães Telef.: 213 974 298
(Associação "Abraço")
Se não puderem ajudar pelo menos passem a mensagem para os vossos contactos, por favor. Não custa nada e pode estar a fazer a diferença. Obrigado!!!»

recebido por e-mail.

sábado, novembro 19, 2005

carpe diem!

Sem grandes preâmbulos, vou 'ausentar-me', uns tempos, deste meu blog. Vou fazer 'intervalo', como diz alguém que eu conheço.

No entretanto, fica o meu contacto e-mail para os que quiserem ou precisarem de me escrever.

Até já...

Um abraço.
Isabel Magalhães.

terça-feira, novembro 15, 2005

poltergeist - o outro lado

poltergeist - o outro lado
Nos últimos dias tem surgido algum alarme, também por
estas bandas, acerca da redação de alguns artigos, nomeadamente do 6º, da Lei n.º 53/2005 de 8 de Novembro que cria a ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social, extinguindo a Alta Autoridade para a Comunicação Social. Não há porém, e manifestamente, razões para alarme, pelo menos pelas razões aventadas. Há razões para alarme é por, mais uma vez, neste país de juristas não se saber fazer uma lei de jeito.

Áqueles que viram na atabalhoada redação da nova Lei uma tentativa de cercear a liberdade de expressão 'online', à boa maneira chinesa, escapou o essencial. Não sei se a ideia era, é, mesmo essa, o que sei é que com a nova redação o 'monopólio' e especificidade dos jornalistas acabou.

A partir do momento em que não se destrinça opinião de informação, em que se mistura tudo num mesmo saco, colocando todo e qualquer opinador, online ou não, sobre a tutela da ERC, a implicação óbvia e natural é que qualquer blogueiro, da mesma forma que tem que prestar contas (?!) sobre a orientação editorial dos seus escritos/blog (um drama em potência para blogs que não aceitam comentários, muito menos o contraditório) como qualquer editor de uma qualquer publicação passa a poder também, como jornalista - como implicitamente passa a ser reconhecido - alegar de todas as prerrogativas destes nomeadamente... o sigilo profissional. Numa Lei amplamente debatida, onde tantos interviram (e eu se fosse do Sindicato dos Jornalistas metia a cabeça num saco...) o que se arranjou foi um grande 31.

A partir de agora, caros colegas da blogosfera, somos todos jornalistas. O facto é esse. Tudo o resto, à luz deste facto é secundário.

Aguardo aliás o dia, em que consequentemente com a redação da nova Lei, o Sindicato dos Jornalistas/Comissão da Carteira Profissional me permita a mim, e a qualquer blogueiro, disponibilizador regular ao público, através de redes de comunicações electrónicas, de conteúdos submetidos a tratamento editorial e organizados como um todo coerente, inscrever-me como sócio... Não sei é como é que vai ser no caso de agregadores automáticos de conteúdos (como o Google News) mas o legislador na sua infinita sapiência há-de ter alguma ideia...

Publicado por Manuel in Grande Loja do Queijo Limiano

o mundo das cores

E porque ontem alguém falou de cores, ofereço-vos o

TESTAMENTO
de
Maria Helena Vieira da Silva



TESTAMENT


Je legue à mes amis


Un bleu céruleum pour voler haut
Un bleu cobalt pour le bonheur
Un bleu d’outremer pour stimuler l’esprit
Un vermillon pour faire circuler le sang allègrement
Un vert mousse pour apaiser les nerfs
Un jaune d’or : richesse
Un violet de cobalt pour la réverie
Un garance qui fait entendre le violoncelle
Un jaune barite : science-fiction, brillance, éclat
Un ocre jaune pour accepter la terre
Un vert Véronèse pour la mémoire du printemps
Un indigo pour pouvoir accorder l’esprit à l’orage
Un orange pour exercer la vue d’un citronnier au loin
Un jaune citron pour la grace
Un blanc pur : pureté
Terre de Sienne naturel : la transmutation de l’or
Un noir somptueux pour voir Titien
Une terre d’ombre naturel pour mieux accepter la mélancolie noire
Une terre de Sienne brûlée pour le sentiment de durée



VIEIRA DA SILVA – (13/6/1908 – 6/3/1992)

terça-feira, novembro 08, 2005

JANELA NO INVERNO

ISABEL MAGALHÃES

JANELA NO INVERNO
1998
70 x 50 cms
Acrílico s/Tela
(Col. autora)

segunda-feira, novembro 07, 2005

Galeria Casa Santa Rita


Teresa Almeida Rocha (N. 1962)
Estudou Pintura nos anos 70.
Licenciatura e Mestrado em Psicologia Educacional no ISPA,
onde é docente. Investiga no domínio do Desenvolvimento Estético e Educação Artística. Coordena o Grupo GIPA
(Grupo de Intervenção pela Arte)

Galeria Casa Santa Rita
Rua de S.Sebastião, 8 - Colares - Sintra
5 a 24 de Novembro de 2005
de 3ª feira a domingo
Tel. 933 558 355

domingo, novembro 06, 2005

fernão capelo gaivota


Foto IM

Cansada de voar, ou apenas curiosa das viagens dos humanos, pousou a estibordo no ferryboat e aproveitou a boleia para Troia, quem sabe ao encontro dos roazes corvineiros que voltaram a povoar o Rio Azul.

sábado, novembro 05, 2005

maria sobral mendonça


Quando sobrevem o Branco; 136 x 89; Acrílico S/Tela; 2003

sexta-feira, novembro 04, 2005

maria sobral mendonça

"A Vida tem tanta cor"; 136 x 89 cms; Acrílico S/Tela; 2003


"Com a sua pintura abstracta que nos transmite muitas e variadas sugestões, a pintora encoraja-nos no caminho da elevação com o seu toque terreno indispensável à nossa vivência no quotidiano."
Henrique Leote

quinta-feira, novembro 03, 2005

CONTRA O "SPAMMING"


Caros amigos visitantes do meu blog;

Nos últimos dias chegou a vez do "À rédea solta" ser "bombardeado" com "spamming" do mais variado, inclusivé em posts do ano de 2004.
Eu sei que num blogue que não aceita comentários anónimos, além de ser necessário escrever o nome de utilizador e a palavra passe, se torna incómodo ter que copiar - ainda - um qualquer código feito de letras, algarismos, ou ambos, mas não me restou alternativa.
Espero e desejo que isso não seja impeditivo de continuarem a dar-me o prazer da vossa companhia.

Isabel Magalhães

quarta-feira, novembro 02, 2005

BERTA - 3 anos


Berta

apadrinhada pelo
PROXIMIZADE

PROXIMIZADE

Proximizade

No mundo em brutal aceleração em que vivemos hoje, escasseia o tempo para pararmos um pouco para reflectir em situações que nos rodeiam, de forma mais ou menos próxima / mais ou menos afastada, relacionadas com pessoas carenciadas, sem voz que permita dar expressão às suas necessidades mais básicas.
Por este motivo, procurando lutar contra o "cultivo da insensibilidade" que de alguma forma se vai instalando, um conjunto de "bloggers" decidiu reunir-se num projecto comum ("Proximizade"), visando potenciar as virtudes da blogosfera, no sentido de "aproximar uma mão amiga" (que será a de todos os que decidam de alguma forma apoiar / colaborar com este projecto) dessas pessoas carenciadas.

Como primeiro gesto prático e concreto, o "Proximizade" começou por "apadrinhar" uma criança carenciada em Moçambique, a Berta, de 3 anos.


Proximidade e mão amiga.

"Proximizade", feita do entusiasmo voluntário de quem quer ajudar a combater a apatia, a dispersão e a insensibilidade que nos ameaça se continuarmos indiferentes ao que se sabe e ao que se vê.
Aqui, já está a acontecer.

LISBOA - Livro de Bordo


Praça de D. Pedro IV - 1944
CARLOS BOTELHO


“Que fazemos nós, Lisboa, os dois aqui
Na terra em que nascemos e eu nasci”

Perguntava Alexandre O’Neill, de ombro na ombreira, a olhar o Imperador Maximiliano do México que está na estátua do Rossio a fingir que é o Dom Pedro IV de Portugal.
Hoje da Igreja de Arroios já não voam anjos sobre os bêbados, mas há mistérios que continuam a animar a cidade e o Dom Pedro do Rossio é um deles. Verdade ou mentira, ainda se está para saber porque razão é que o escultor francês encarregado de figurar o nosso rei em bronze de primeiríssima não esteve com mais aquelas e despachou para Portugal um Maximiliano qualquer que tinha lá para um canto do atelier.
Enigmas destes comprometem a paisagem e, muito sinceramente, não só caem mal nas pessoas de sentimentos como são difíceis de desculpar à luz da inteligência. Os eruditos, então, ainda hoje perdem o sono com este parágrafo da nossa História e quando passam pela estátua do falso rei baixam os olhos num silêncio de pudor que só lhes fica bem.
O lisboeta corrente é que não se deixa embrulhar em desmandos desta espécie, o lisboeta corrente tem cá uns traquejos e um deixa-andar que lhe permitem dar a volta aos azares de estremeção e às complicações mais solenes. Se levanta a cabeça e vê o imperador transviado a escorrer verdete lá do alto, até é capaz de achar graça. Dom Pedro? Dom Maximiliano? Que se lixe, seja o Dom Pedro, porque não? Assim como assim, o país fica na mesma e o Rossio ainda ganha mais um caso para entreter.
O’Neill reagiria tal e qual, estou mesmo a vê-lo, um riso pronto, um bocejar, e ia à vida porque de monumentos errados e escultores de mão canhestra está a nossa capital a transbordar (...)

José Cardoso Pires

terça-feira, novembro 01, 2005

domingo, outubro 30, 2005

ESCULTURA "LISBOA"


José de Guimarães

Escultura "Lisboa"
Praça 25 de Abril
Lisboa, 1999

terça-feira, outubro 25, 2005

SIENA



E agora Siena, a bem-amada, a cidade onde o meu coração verdadeiramente se compraz. Terra de gente amável, lugar onde todos beberam do leite da bondade humana, ponho-te adiante de Florença para todo o sempre. As três colinas em que está construída fazem dela uma cidade em que não há duas ruas iguais, todas elas opostas às sujeições de qualquer geometrismo. E esta maravilhosa cor de Siena, que é a do corpo brunido pelo sol, que é também a cor da côdea do pão de trigo – esta maravilhosa cor vai das pedras da rua aos telhados, amacia a luz do Sol e apaga-nos do rosto as ansiedades e os temores. Nada pode haver mais belo que esta cidade.
(...)
Entro num bar para beber um café. O empregado atende-me com a voz e o sorriso de Siena. Sinto-me fora do Mundo. Desço ao Campo, uma praça inclinada e curva como uma concha, que os construtores não quiseram alisar e que assim ficou, para que fosse uma obra-prima. Coloco-me no meio dela como num regaço e olho os velhos prédios de Siena, casas antiquíssimas onde gostaria de poder viver um dia, onde estivesse numa janela que me pertencesse, voltada para os telhados cor de barro, para as portadas verdes das janelas, a tentar decifrar donde vem este segredo que Siena murmura e que vou continuar a ouvir, mesmo que o não entenda, até ao fim da vida.

José Saramago
in Manual de Pintura e Caligrafia



Não foi ele quem me levou lá. Quem me levou foi o acaso; o acaso de uma placa à distância de poucos quilómetros, perdida algures numa estrada entre Florença e Roma. Mas podia ter sido ele, tivera a sequência dos acontecimentos sido inversa.

Num largo, desafogado, com vista para um um casario com ar de muitos séculos, aninhado em três colinas, deixei o carro. Lembrei-me da cor, a tal cor de Siena que dava o nome à cidade. Aproximei-me do muro e olhei para baixo na distância, como num avaliar do caminho a percorrer. E, à medida que descia nas linhas do livro, ía também descendo nas ruas estreitas, sinuosas, desiguais, naquela viagem feita anos antes.
Pouco a pouco, e enquanto progredia na leitura, as imagens duplicavam-se, sobrepunham-se, completavam-se. A sensação vincada de ter visto com os mesmos olhos, de ter vivido aquelas linhas.

O bar, a recordação da vivência in locco, e a lembrança de uns ‘raviolis’ – os melhores que já comi – com recheio de ricota e espinafres, da refeição ligeira tomada numa das duas mesas da pequena esplanada do pequeno bar, assente sobre estrado de madeira em forma de cunha, em espaço roubado à calçada. E ao fundo, a escassos metros, e depois do arco, o Campo!

SIENA, não digo arriverdecci, digo CIAO!

Nota de rodapé – Só discordo num pormenor; Florença é Florença. E tem um rio. Não sei se é por isso!

Fotos IM