sexta-feira, março 27, 2009

Lisboa - Álvaro Siza fez ontem uma visita guiada à obra da Fundação Júlio Pomar


Era um antigo armazém de uma livraria e será o Atelier-Museu da Fundação Júlio Pomar, criada há quatro anos. Fica no número 7 da Rua Vale, em Lisboa, e graças ao projecto arquitectónico de Álvaro Siza conjugará no mesmo espaço uma sala de exposições e de trabalho, mas também uma divisão destinada a arquivo compacto e uma sala para a sua actividade enquanto escultor.
Terá dois níveis, uma das paredes poderá exibir obras a toda a altura do pé-direito, haverá uma escada, um ascensor e um pátio arborizado.
Numa das paredes que no futuro terão obras de Júlio Pomar estavam ontem em exibição os desenhos do projecto que o arquitecto Álvaro Siza concebeu para a recuperação do edifício. Ao final da manhã, numa visita guiada, Siza foi explicando detalhadamente ao presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, e a Sophie Enderlin, representante de Pomar (o pintor encontrava-se em Paris), o projecto, que foi difícil por natureza. "A recuperação é sempre muito mais difícil do que uma construção de raiz, se quisermos manter o que é o espírito do edifício", explicou. Esta "é uma construção híbrida, não é erudita". "Isso torna muito difícil encontrar o tom e a medida da intervenção a fazer: se é de mais, apinoca, fica ridículo."
"Esta rua tem uma escala de casas. Este armazém tem uma escala diferente, um grande pé-direito, magnífico, e uma distribuição regular de janelas que vamos deixar, para que no funcionamento normal entre aqui a luz de Lisboa", disse.
O arquitecto criou um espaço com "uma certa neutralidade", para que não seja impositivo.
Esta obra, um investimento de 900 mil euros, foi iniciada em Abril de 2007 e esteve "encalhada e foi preciso desencalhar" por problemas de engenharia, de contratação do empreiteiro, mas agora deverá estar terminada em Outubro. Este edifício insere-se num conjunto de espaços novos de actividade cultural de que a cidade vai beneficiar.

domingo, março 22, 2009

terça-feira, março 10, 2009

NADIR AFONSO

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Exposição "As Cidades no Homem", do Mestre Nadir Afonso, entre 10 de Fevereiro e 20 de Março, de Segunda a Sexta, das 15h00 às 17h00 horas.

Assembleia da República


Nadir Afonso


(Não podemos deixar de fazer uma apreciação negativa ao reduzido horário da exposição)

É preciso salvar a Casa da Rua de Alcolena

Petição: É preciso salvar a Casa rua Alcolena da autoria do arquitecto António Varela com murais de azulejo da autoria do pintor Almada Negreiros.

A Casa que António Varela projecta em 1951-1955 para a rua de Alcolena nº28/44 é uma obra maior da arquitectura do Movimento Moderno e um dos raros exemplos da “integração das três artes” já que a fachada integra um mural de azulejos do pintor Almada Negreiros.

A moradia implanta-se numa cota de terreno mais elevada que o arruamento. A solução arquitectónica encontrada pelo arquitecto sustenta-se numa implantação que recorre a um alçado principal afastado do eixo da rua, ficando emoldurada por um jardim. Estruturada em três pisos a habitação revela uma orgânica racional: cave destinada ao serviços de pessoal doméstico, arrumos e instalação de equipamento de aquecimento; no piso térreo as dependências destinadas a zonas de recepção, estar, refeições, fruição de espaço; e o primeiro piso destinado ao repouso e recolhimento dos proprietários.

António Varela é um resistente modernista, que desenvolve com assumido radicalismo um volume puro, cúbico, afirmativamente colocado no alto do terreno, desmaterializado através do jogo de vazios, de avanços e recuosdos planos de fachada, com rigorosa geometria plasticamente trabalhada, onde surgem extensos painéis de azulejo da autoria de Almada Negreiros, coerentes testemunhos das pesquisas sobre o número e os traçados geométricos que o genial pintor vinha investigando.

Integrada no Bairro da Encosta da Ajuda, vulgarmente designado por Bairro do Restelo, desenhado por Faria da Costa entre 1938 e 1940 no espírito da cidade-jardim Howardiana, é testemunho das primeiras obras filiadas nos princípios da Arquitectura do Movimento Moderno.

A Casa de Alcolena tem sido listada, inventariada e estudada em diversas investigações de carácter nacional e internacional sobre a produção moderna: Guia Urbano e Arquitectónico de Lisboa (Associação dos Arquitectos Portugueses, 1984); Verdes Anos na Arquitectura Portuguesa dos Anos 50 (Tostões 1995, 1997); IAPXX-Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal (Ordem dos Arquitectos, 2006); Inventário Docomomo Ibérico da Habitação (2008).

Por todas estas razões entendemos que a Casa da Rua de Alcolena deve ser preservada na íntegra porque a destruição do todo ou de partes com a remoção dos murais, põem em causa a integridade da obra. Nesse sentido torna-se urgente o pedido de abertura de um processo de classificação de património municipal por parte da Câmara Municipal de Lisboa.

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domingo, março 01, 2009

Retrospectiva de EDUARDO BATARDA

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Em Setembro 2009 vai inaugurar uma retrospectiva do autor no CAMB - Centro de Arte Manuel de Brito, Palácio Anjos, Algés.

Mais sobre Eduardo Batarda (aqui)


Centro de Arte Manuel de Brito - Algés



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Ao domingo a entrada é grátis