domingo, abril 30, 2006

DISPONÍVEL COM ELECTROCUÇÃO ANAL OU GENITAL

Os cães são a grande atracção das colecções deste outono/inverno. A qualidade desta pele é idêntica à das martas ou raposas se forem esfolados vivos, o que acontece a milhares de cães em todo o mundo com a ajuda de técnicas paralisantes como a eletrocução anal, genital ou ainda a introdução de água na garganta com uma mangueira. O resto da história não tem um final feliz.


PELES. O ÚLTIMO GRITO DA MODA?


acção animal
PELO DIREITO À VIDA ANIMAL


edição nº 4 - abril 2006

terça-feira, abril 25, 2006

na lapela...



Se
a
LIBERDADE
e
a
DEMOCRACIA
passassem
pelo
'cravo na lapela'
mal
estaríamos
todos
pelos
muitos
que
o
usam
indevidamente.

segunda-feira, abril 24, 2006

POMAR


festejar abril com pomar


TRIPLO AUTO-RETRATO, 1974
acrílico sobre tela
50 x 150 cm
Col. Manuel de Brito, Lisboa

terça-feira, abril 18, 2006

MAX ERNST 1891-1976

ARTE E SABER FAZER


Todos têm uma ideia sobre arte: o filólogo, o teólogo, o crítico, o jurista, o militar, o historiador de arte e o Senhor Presidente da Câmara. Não é verdade que cada um tem o “seu” gosto?

Perdão, Senhores, a arte nada tem a ver com o gosto, a arte, não está lá para ser “degustada” mas o Senhor Presidente da Câmara pensa que a arte está lá para que a “julguem”, a arte moderna, que é “julgada do ponto de vista comercial”.

Como é que uma ideia tão original pode ter saído da cabeça de um Presidente da Câmara? O que o Presidente da Câmara quer, é o que os críticos dos jornais diários fazem, os grandes e os pequenos. Querem emitir juízos sobre arte. Eis como é confortável, dado que uma qualquer crítica errónea não tem necessidade de ser desmentida. Os “juízes” da arte falam do “saber fazer”, deploram que este saber fazer não exista absolutamente nada nos mais “jovens”. Por vezes mesmo deploram isso muito seriamente . Mas sabem então Senhores em que consiste esse “saber fazer”? Não, os Senhores não o sabem. Crêem que saber fazer é saber desenhar e pintar correctamente, como o “sabe fazer” um aparelho fotográfico desde que se inventou a fotografia a cores. O nariz não deve ser muito comprido, nem a perna demasiado curta. E esta a “base sólida” vão procurá-la nas escolas de belas-artes e tornam-se alguém-que-conhece-bem-o-seu-ofício.

Saber fazer significa saber dar forma. Saber fazer subentende que se é capaz de pressentir a vida interior da linha e da cor. (Linha e cor elas mesmas destacadas do objecto. Pintura absoluta no sentido em que se fala de música absoluta.) Saber fazer subentende que se venceu. Para o artista, as coisas mais quotidianas, tais como as mais raras, podem tornar-se uma aventura, as cores de uma tonalidade, um emaranhado de linhas.

Este novo saber fazer subentende que o público e sobretudo o crítico, “saibam fazer” qualquer coisa. O crítico deve ser capaz de reconhecer na forma elaborada pelo artista o que ele viveu e deve poder revivê-lo ele próprio.

Se, além disso, ele for capaz de exprimir numa linguagem clara o que ele sentiu diante de uma obra de arte, tem o direito de escrever sobre arte. Talvez mesmo de emitir opiniões sobre arte. O critico deve ainda poder fazer outra coisa: renunciar a pretender vaidosamente que é o tutor da arte, que pode desempenhar um papel de conselheiro, dizer aos artistas como fazer melhor. Mas vós, Senhores juízes, não sabeis nada de arte.

E.

Volksmund, Bona 30.10.1912

E. (Ernst, Max
)


À Primeira Palavra Límpida, 1923
Au premier mot limpide
Pintura mural em casa de Paul Eluard em Eaubonne,
mais tarde montado sobre tela
Óleo sobre gesso fixado na tela, 232 x 167 cm
Dusseldorf, Kunstsammlung
Nordrhein-Westfalen

Foto: TASCHEN

terça-feira, abril 04, 2006

HORIZONTE I


ISABEL MAGALHÃES
Horizonte, 1999, 81 x 65 cm, acrílico sobre tela

(Col. Particular)

segunda-feira, abril 03, 2006

ANTONI TÀPIES

TÀPIES


VERMELHO E PRETO, 1981
Técnica mista s/tábua, 170 x 195 cm

Foto: Fundação Antoni Tàpies, Barcelona, 1995


Tàpies nem sempre trata a matéria numa chave "mural", à base de densos empastes. Outras vezes, como neste trabalho, a pasta é distribuída pelo quadro formando finas camadas de grande delicadeza, que brincam com a luminosidade da cor e oferecem um ar sensual . De notar a polaridade das bandas vermelha e preta que comprimem o círculo central.

domingo, abril 02, 2006

PARABÉNS "PICCOLINA"!

Não sabemos em que dia nasceste, nem o ano. Sabemos que eras uma jovem adulta, poderias ter um ou dois anos de vida e estás connosco faz hoje três anos.

Vi-te pela primeira vez no dia 1 de abril de 2003, à tarde, quando fui passear com o Diogo à mata. Andavas por ali a brincar com um outro cão cujo dono se mantinha perto, mas dos teus donos nem rasto. Passado algum tempo afastaram-se e tu centraste a atenção em nós. Eras muito viva, muito ágil, e depressa estabeleceste uma boa relação com o meu cão. Depois reparei que a coleira - sem identificação - que te cingia o magro pescoço estava apertadíssima e foi com dificuldade que consegui abri-la e devolver-te o espaço que te era necessário. Deixei-a pendurada num arbusto à beira do caminho e tentei afastar-me mas tu seguiste-me.

Não estava nos meus planos trazer mais quatro patas para casa, com a agravante de serem do género feminino, e dada a tua insistência em te juntares ao grupo pedi a um senhor que providencialmente ali passava que te segurasse para que eu pudesse regressar.

No dia seguinte, no primeiro passeio do dia, e ao chegar à mata, lá estavas tu, sentada, de frente para o portão, como que à minha espera. Ao ver-me, davas saltos de 'cão de circo', ganias, corrias desenfreada em círculos, mas sempre, sempre, no meu encalço sem nunca te separares de nós.

Dessa vez nem sequer tive coragem de pedir a algum passante que te segurasse e deixei que viesses comigo. Dei-te banho, desparasitei-te, levei-te à Clínica do Dr. A. Monteiro, - um grande amigo que trata dos meus cães quase há três décadas - foste vacinada, agendou-se a esterilização e cá estás tu, três anos passados, no conforto do lar, integrada na família.

Também não sei se tens reminiscências dos tempos em que andaste à deriva; suponho que sim. Há situações em que demonstras ter medo, há lugares aqui próximo de casa onde recusas ir, há pessoas que te inspiram terror e de quem foges...

Contaram-me depois que eras "aqui da zona" e que foste deixada à tua sorte aquando do plano de erradicação de barracas. Rasteirinha e rápida como és certamente fugiste aos funcionários da CMO que vieram apanhar os animais que sobraram.

Adquiriste hábitos de higiene, deixaste de me destruir o património, conheces todas as rotinas que te dizem respeito, identificas os sons da casa e sabes os meus gestos. E eu estou feliz por te ter recolhido e grata pela ternura com que me olhas!

sábado, abril 01, 2006

ROBERT MOTHERWELL


Noite Mexicana, 1979, Óleo sobre tela, 121,9 x 121,9 cm

México é outra grande fonte de referências simbólicas para Motherwell. Mais ainda do que no caso de Espanha, o pintor relaciona este país com as ideias da morte e do sangue: "Muitos anos depois da minha visita ao México, as salpicadelas de sangue continuaram a aparecer nos meus quadros; é a pintura vermelha".


Foto: Steven Sloman