HUNDERTWASSER
A nossa época encontrou no pintor-rei o mais formidável acusador do pensamento totalitário, da energia nuclear às manipulações genéticas, da protecção do ambiente à organização do quadro de vida. Hundertwasser assume integralmente a sua forma de ver perante as contradições da nossa sociedade pós-industrial. O seu trunfo é a sua arte, a criadora do belo: da harmonia natural, da paz, da felicidade.
Nenhum criador visionário e responsável esteve tão presente como ele em todos os momentos quentes dos últimos cinquenta anos, para aí fazer ouvir a voz generosa de uma consciência livre. Onde for necessário desmistificar um abuso de poder económico ou político, um excesso tecnológico, um ultraje à natureza, Hundertwasser está presente pela virtude clarificadora da sua arte, dos seus posters, dos seus discursos.
Tudo está inscrito na sua pintura que é o revelador da sensibilidade, o livro aberto do destino: ela traduz a intuição em imagens e essas imagens inspiram as principais orientações do pensamento e da acção.
À globalização de uma cultura subserviente à economia, o pintor-rei opõe a resistência compacta e coerente de um indivíduo que resolve passar a vida a cultivar e enriquecer a beleza da sua relação pessoal com o mundo: o desenrolar da expiral concêntrica das cinco peles do homem.
A sua única arma é a arte, concebida como o completo potencial humano da sua criatividade: um potencial cujos resultados actuais, por mais parciais e pontuais que sejam, já provaram ser convincentes apesar dos obstáculos e da oposição que suscitam. O número de pessoas que vive melhor por causa de Hundertwasser, está destinado, pela força das circunstâncias, a aumentar de forma continuada.
É esse o poder da arte: Hundertwasser oferece-nos uma espantosa e cativante forma de a usar - primeiro para viver, em vez de sobreviver, e depois para viver sempre melhor.
O pintor-rei das cinco peles vê o mundo como um quadro sempre mais belo. Tudo vem da arte e regressa à arte.
Pierre RESTENAY
Paris, Setembro 1997
Foto: Taschen. Hundertwasser: projecto arquitetónico para a cidade de Osaca. Este pormenor mostra a chaminé, 1998
Isabel,
ResponderEliminartexto conclusivo, optimista e utópico. Nas circunstÂncias actuais o 'pintor-rei' como é chamado, tem ainda muitos alertas para lançar.
A chaminé é engraçada e mostrao respeito pela cultura do país, parece-me.
Um beijinho
olha e eu encontrei uma pintora fantástica...em todos os aspectos...TU!
ResponderEliminarBeijocas
Ps: Já tenho capa e não! não fica tipo superhomem lolololol
ResponderEliminarUma pintora que nos faz agarrar e lutar, para não mais deixar os seus quadros e as suas letras.
ResponderEliminarPost no Plagiadíssimo.
Passa por lá e fica bem.
Olá laerce,
ResponderEliminarOs temas são actuais, continuam actuais... só não sei se há cinquenta anos tinhamos por cá essas preocupações.
O pormenor da chaminé, insere-se nas ideias por ele defendidas... a da preservação da identidade dos povos e das nações.
Bj. :)
Querido Mocho,
ResponderEliminarnão me estragues com mimos! ihihih!
quanto à capa, depois quero ver a 'reportagem'. :)
bj.
Olá Zeca,
ResponderEliminarObrigada pela visita. Já lá fui espreitar e deixar umas palavras.
Genial, a impressão digital... de óculos escuros. :)
Um []