ISABEL MAGALHÃES
MARÉ VAZA
2001
85 X 60 cms
Acrílico sobre tela
Coleção Particular
TEORIA DO SUL
Folheia-se o caderno e eis o sul. E
o sul é a palavra. E a
palavra des-
do-
bra-
-se
no espaço com suas letras de
solstício e de solfejo. Além
de ti. Além do Tejo.
Verás o rio. E talvez
o azul. Não
o de Mallarmé: soma de branco
e de vazio.
Mas aquela grande linha onde o abstracto
começa lentamente a ser o
sul.
Manuel Alegre
aqui, já o dourado se mistura aos tons marinhos e a luz transmuta os reflexos da água e do céu em prateados espelhados na areia.
ResponderEliminarbeijinhos, Isabel.
Gostei da tela. Gostei do poema.
ResponderEliminarMusalia,
ResponderEliminarPrimeiro, um pedido de desculpas... por ter deixado o post a meio. :)
Depois, os meus agradecimentos pelas palavras escritas sobre a minha tela e que tão bem se inserem nas letras do Poeta Manuel Alegre.
Um beijinho, minha amiga.
Olá H. :)
ResponderEliminarObrigada.
Um abraço.
Olá Isabel,
ResponderEliminarObrigada por me dares a ver outro trabalho teu.
Um beijinho.
Viva Isabel,
ResponderEliminarO sul espreita...ao longe entre as dunas amarelas tórridas do deserto;)
Laerce,
ResponderEliminarObrigada eu, por me visitares. :)
Bjinho.
viva Musqueteira,
ResponderEliminarE que a beleza das dunas do deserto perdure para lá da sua magia e dos mistérios dos povos que as habitam.
Um abraço e as nossas do costume. :)
Sou eu de novo, vim aqui noutro saltinho agradecer a tua visita e as tuas palavras tão simpáticas ...
ResponderEliminarFiquei deslumbrada com a tela, percebi que era "tua", que nasceu das tuas mãos ... e o que eu gostei !!!!
Muitos parabéns pela tua sensibilidade, e pela escolha do grande Manuel Alegre.
Que bom teres entrado na minha casquinha !!!! Volta sempre !!!!
Adorei o beijo "liso" !!!!
Beijo Encaracolado !!!! ~:o)
Muito bonito, mas já é banal dizer-te isto, mas até agora é o tenho sentido.
ResponderEliminarAbraço ternurento e esta maré vaza dá-me q pensar. Em mim. E a tua constipação? Estás melhor?
"Pergunto ao vento que passa
ResponderEliminarnotícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de sevidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não."
(Poema de Manuel Alegre)
Perdoa a extensão do meu comentário, mas este poema diz-me tanto, que resolvi colocá-lo aqui.
Grata pela partilha.
Um abraço ;)
Caracolinha,
ResponderEliminarcomo diz a Maria Sobral Mendonça, "uma tela... é uma tela... é uma tela". E eu digo que essa tela é o reduto dos sentimentos que povoavam a alma do pintor enquanto a pintou. :)
Esta tela já voou... habita a casa de alguém que a escolheu, que a respira no seu dia a dia.
O Manuel Alegre é um dos meus Poetas e partilho com ele sentimentos que se prendem com o nosso património arquitectónico.
Quanto ao resto, obrigada eu, por também me visitares.
Beijinho "liso"! :)
minha querida Vague,
ResponderEliminaresta carangueja adora as "banalidades" ditas com a voz da amizade.
"Maré Vaza" é um termo que eu acho de uma enorme poesia e também porque o mar me corre na alma e no coração.
A minha constipação que não era... está melhor, obrigada. Foi uma horrorosa crise de rinite que me deixou KO. :)
Um abraço. Votos de dia bom.
Menina_marota,
ResponderEliminarnada a perdoar, a porta está sempre aberta e quem transcreve Manuel Alegre é sempre bem-vinda. Também consta que o Blogger não cobra à linha! :))
Um abraço, e obrigada eu!
:))
ResponderEliminarteresa