quarta-feira, dezembro 28, 2005
rio azul
sexta-feira, dezembro 23, 2005
Portal da Candidatura de Cavaco Silva
Como Soares deu um KO a si próprio
Mário Soares precisava, no debate final com Cavaco Silva, de ser politicamente contundente mas, também, construtivo e credível. Foi, apenas e só, agressivo no tom e destrutivo nas palavras. Precisava de abrir brechas no distanciamento esfíngico de Cavaco, de o fazer descer do pedestal de superioridade em que tem decorrido a sua campanha. Conseguiu, apenas e só, desgastar-se a si próprio em ataques e indelicadezas sucessivas reforçando a aura de seriedade e respeitabilidade do seu adversário.
Mário Soares não fez uma única intervenção, uma única, ao longo de mais de uma hora de debate, com uma ideia para o país, com uma proposta mobilizadora, com uma mensagem positiva. Foi reiteradamente agreste, catastrofista, acintoso, negativista. Obcecado em denegrir e abalar o adversário, esqueceu-se de que estava a falar para os portugueses, perdeu a compostura e o discernimento, transformou uma campanha presidencial num recinto de luta livre, converteu um debate político numa conversa, azeda e ressentida, de vizinha rezingona e maldizente.
Soares chamou tudo o que podia chamar a Cavaco. «Não tem competência, não tem temperamento, não tem conversa, não é um social-democrata, é um homem de direita, quer vender gato por lebre, não tem uma formação democrática precisa, não fala, está blindado, deu o poder a outro porque tinha medo de ser julgado e de perder, é um político intermitente, só gosta de panegíricos, só governa em tempo de vacas gordas, é um economista razoável, não é um suprassumo da economia, tem vergonha do partido dele, quando está com outras pessoas ou fala de economia ou cala-se, etc., etc., etc».
A diatribe de Soares foi-se tornando, a cada remoque ou intervenção que fazia, mais incómoda para os espectadores, mais patética pela exaltação, mais confrangedora pelo excesso de linguagem e pela gratuitidade dos ataques. Chegou a roçar a inconveniência, como na alusão às conversas com políticos europeus sobre o comportamento de Cavaco quando este era primeiro-ministro.
Cavaco nem precisou de ser brilhante para sair claramente por cima deste debate. Bastou-lhe ignorar a má-língua, não baixar ao nível conflituoso e chocarreiro do seu adversário, falar do [que] pensa poder ser o seu papel em Belém e, em sintomático contraste, deixar cair alguns elogios às qualidades do opositor. Enquanto isso, Mário Soares tratava, acusação atrás de acusação, golpe após golpe, de dar um KO a si próprio e de se pôr fora de combate.
in Expresso on-line
21 Dezembro 2005
quarta-feira, dezembro 21, 2005
PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE
sexta-feira, dezembro 16, 2005
PERSPECTIVAS - Arte Contemporânea
quarta-feira, dezembro 14, 2005
PERSPECTIVAS - Arte Contemporânea
sábado, dezembro 10, 2005
PERSPECTIVAS - Arte Contemporânea
sexta-feira, dezembro 09, 2005
nove de dezembro
É como diz a Laerce; dar os parabéns a alguém via blogoesfera, tem que se lhe diga. Cá por mim, estou em vantagem... tive mentora. Partilhámos a ideia mas o legado da pesquiza foi-me dado todo feito. Além da primazia da escolha.
A amiga que hoje festeja o seu dia, tem uma vasta obra num blogue que visito assiduamente. É dela o texto que vos ofereço e que escolhi porque fala da cidade que tanto ama, e que eu tanto amo por ser a minha cidade.
PARABÉNS, Musalia! Tchim! Tchim!
(se fores ao Japão e se brindares, não digas ‘tchim, tchim!’. Disseram-me que não convém! :) )
DEAMBULAÇÕES
segunda-feira, dezembro 05, 2005
dia internacional do voluntariado
No dia internacional do voluntariado, a recém eleita Junta de Freguesia de Linda-a-Velha, procedeu ao lançamento oficial do seu Banco de Voluntariado, no salão nobre do Palácio dos Aciprestes.
Este Banco de Voluntariado foi uma das promessas feitas aos munícipes e está já a funcionar assim como o site
www.voluntariado-lav.org onde consta toda a informação detalhada, e o e-mail
banco@voluntariado-lav.org para inscrições.
As informações e contactos também poderão ser feitos através da Junta de Freguesia no Largo do Mercado, pelo telefone 21 414 18 95, e jfreglindavelha@netcabo.pt
quinta-feira, dezembro 01, 2005
quarta-feira, novembro 30, 2005
terça-feira, novembro 29, 2005
SIMBOLOGIA
banco de voluntariado - freguesia de linda-a-velha
segunda-feira, novembro 28, 2005
teresa almeida rocha
(da exposição JANELAS, Galeria Casa Santa Rita, Colares/Sintra)
domingo, novembro 27, 2005
carlos botelho (1899-1982)
sábado, novembro 26, 2005
cruzeiro seixas
Uno se pergunta qué hado maléfico gravita sobre creaciones tan extraordinarias como la tuya. Que se ignore tu obra en el mundo, que no se conozca según deberia conocerce y estimarse, és solo indicativo del momento de miserabilismo espiritual por el que estamos pasando. Uno se indigna, salta de indignación hasta el techo, pero no puede hacerce nada! Solo nos queda continuar en lo nuestro, seguir por nuestra parte hacia adelante, sin dar mayor importancia a esas miopía y poquedad universales.
Tus dibujos tienen siempre un misterio poético y una individualidad admirables, por los quales puede reconocerce immediatamente al gran artista que los creó, inconfundible.
Eugénio F. Granell
quinta-feira, novembro 24, 2005
cruzeiro seixas
quarta-feira, novembro 23, 2005
terça-feira, novembro 22, 2005
PRÉMIO... pior é impossível!
segunda-feira, novembro 21, 2005
domingo, novembro 20, 2005
aquele abraço...
sábado, novembro 19, 2005
carpe diem!
terça-feira, novembro 15, 2005
poltergeist - o outro lado
Nos últimos dias tem surgido algum alarme, também por estas bandas, acerca da redação de alguns artigos, nomeadamente do 6º, da Lei n.º 53/2005 de 8 de Novembro que cria a ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social, extinguindo a Alta Autoridade para a Comunicação Social. Não há porém, e manifestamente, razões para alarme, pelo menos pelas razões aventadas. Há razões para alarme é por, mais uma vez, neste país de juristas não se saber fazer uma lei de jeito.
o mundo das cores
Je legue à mes amis
Un bleu céruleum pour voler haut
Un bleu cobalt pour le bonheur
Un bleu d’outremer pour stimuler l’esprit
Un vermillon pour faire circuler le sang allègrement
Un vert mousse pour apaiser les nerfs
Un jaune d’or : richesse
Un violet de cobalt pour la réverie
Un garance qui fait entendre le violoncelle
Un jaune barite : science-fiction, brillance, éclat
Un ocre jaune pour accepter la terre
Un vert Véronèse pour la mémoire du printemps
Un indigo pour pouvoir accorder l’esprit à l’orage
Un orange pour exercer la vue d’un citronnier au loin
Un jaune citron pour la grace
Un blanc pur : pureté
Terre de Sienne naturel : la transmutation de l’or
Un noir somptueux pour voir Titien
Une terre d’ombre naturel pour mieux accepter la mélancolie noire
Une terre de Sienne brûlée pour le sentiment de durée
VIEIRA DA SILVA – (13/6/1908 – 6/3/1992)
terça-feira, novembro 08, 2005
segunda-feira, novembro 07, 2005
Galeria Casa Santa Rita
domingo, novembro 06, 2005
fernão capelo gaivota
sábado, novembro 05, 2005
sexta-feira, novembro 04, 2005
maria sobral mendonça
"Com a sua pintura abstracta que nos transmite muitas e variadas sugestões, a pintora encoraja-nos no caminho da elevação com o seu toque terreno indispensável à nossa vivência no quotidiano."
quinta-feira, novembro 03, 2005
CONTRA O "SPAMMING"
Isabel Magalhães
quarta-feira, novembro 02, 2005
PROXIMIZADE
No mundo em brutal aceleração em que vivemos hoje, escasseia o tempo para pararmos um pouco para reflectir em situações que nos rodeiam, de forma mais ou menos próxima / mais ou menos afastada, relacionadas com pessoas carenciadas, sem voz que permita dar expressão às suas necessidades mais básicas.
Por este motivo, procurando lutar contra o "cultivo da insensibilidade" que de alguma forma se vai instalando, um conjunto de "bloggers" decidiu reunir-se num projecto comum ("Proximizade"), visando potenciar as virtudes da blogosfera, no sentido de "aproximar uma mão amiga" (que será a de todos os que decidam de alguma forma apoiar / colaborar com este projecto) dessas pessoas carenciadas.
Como primeiro gesto prático e concreto, o "Proximizade" começou por "apadrinhar" uma criança carenciada em Moçambique, a Berta, de 3 anos.
Proximidade e mão amiga.
"Proximizade", feita do entusiasmo voluntário de quem quer ajudar a combater a apatia, a dispersão e a insensibilidade que nos ameaça se continuarmos indiferentes ao que se sabe e ao que se vê.
Aqui, já está a acontecer.
LISBOA - Livro de Bordo
Na terra em que nascemos e eu nasci”
Perguntava Alexandre O’Neill, de ombro na ombreira, a olhar o Imperador Maximiliano do México que está na estátua do Rossio a fingir que é o Dom Pedro IV de Portugal.
Hoje da Igreja de Arroios já não voam anjos sobre os bêbados, mas há mistérios que continuam a animar a cidade e o Dom Pedro do Rossio é um deles. Verdade ou mentira, ainda se está para saber porque razão é que o escultor francês encarregado de figurar o nosso rei em bronze de primeiríssima não esteve com mais aquelas e despachou para Portugal um Maximiliano qualquer que tinha lá para um canto do atelier.
Enigmas destes comprometem a paisagem e, muito sinceramente, não só caem mal nas pessoas de sentimentos como são difíceis de desculpar à luz da inteligência. Os eruditos, então, ainda hoje perdem o sono com este parágrafo da nossa História e quando passam pela estátua do falso rei baixam os olhos num silêncio de pudor que só lhes fica bem.
O lisboeta corrente é que não se deixa embrulhar em desmandos desta espécie, o lisboeta corrente tem cá uns traquejos e um deixa-andar que lhe permitem dar a volta aos azares de estremeção e às complicações mais solenes. Se levanta a cabeça e vê o imperador transviado a escorrer verdete lá do alto, até é capaz de achar graça. Dom Pedro? Dom Maximiliano? Que se lixe, seja o Dom Pedro, porque não? Assim como assim, o país fica na mesma e o Rossio ainda ganha mais um caso para entreter.
O’Neill reagiria tal e qual, estou mesmo a vê-lo, um riso pronto, um bocejar, e ia à vida porque de monumentos errados e escultores de mão canhestra está a nossa capital a transbordar (...)
José Cardoso Pires
terça-feira, novembro 01, 2005
domingo, outubro 30, 2005
terça-feira, outubro 25, 2005
SIENA
E agora Siena, a bem-amada, a cidade onde o meu coração verdadeiramente se compraz. Terra de gente amável, lugar onde todos beberam do leite da bondade humana, ponho-te adiante de Florença para todo o sempre. As três colinas em que está construída fazem dela uma cidade em que não há duas ruas iguais, todas elas opostas às sujeições de qualquer geometrismo. E esta maravilhosa cor de Siena, que é a do corpo brunido pelo sol, que é também a cor da côdea do pão de trigo – esta maravilhosa cor vai das pedras da rua aos telhados, amacia a luz do Sol e apaga-nos do rosto as ansiedades e os temores. Nada pode haver mais belo que esta cidade.
(...)
Entro num bar para beber um café. O empregado atende-me com a voz e o sorriso de Siena. Sinto-me fora do Mundo. Desço ao Campo, uma praça inclinada e curva como uma concha, que os construtores não quiseram alisar e que assim ficou, para que fosse uma obra-prima. Coloco-me no meio dela como num regaço e olho os velhos prédios de Siena, casas antiquíssimas onde gostaria de poder viver um dia, onde estivesse numa janela que me pertencesse, voltada para os telhados cor de barro, para as portadas verdes das janelas, a tentar decifrar donde vem este segredo que Siena murmura e que vou continuar a ouvir, mesmo que o não entenda, até ao fim da vida.
José Saramago
in Manual de Pintura e Caligrafia
Não foi ele quem me levou lá. Quem me levou foi o acaso; o acaso de uma placa à distância de poucos quilómetros, perdida algures numa estrada entre Florença e Roma. Mas podia ter sido ele, tivera a sequência dos acontecimentos sido inversa.
Num largo, desafogado, com vista para um um casario com ar de muitos séculos, aninhado em três colinas, deixei o carro. Lembrei-me da cor, a tal cor de Siena que dava o nome à cidade. Aproximei-me do muro e olhei para baixo na distância, como num avaliar do caminho a percorrer. E, à medida que descia nas linhas do livro, ía também descendo nas ruas estreitas, sinuosas, desiguais, naquela viagem feita anos antes.
Pouco a pouco, e enquanto progredia na leitura, as imagens duplicavam-se, sobrepunham-se, completavam-se. A sensação vincada de ter visto com os mesmos olhos, de ter vivido aquelas linhas.
O bar, a recordação da vivência in locco, e a lembrança de uns ‘raviolis’ – os melhores que já comi – com recheio de ricota e espinafres, da refeição ligeira tomada numa das duas mesas da pequena esplanada do pequeno bar, assente sobre estrado de madeira em forma de cunha, em espaço roubado à calçada. E ao fundo, a escassos metros, e depois do arco, o Campo!
SIENA, não digo arriverdecci, digo CIAO!
Nota de rodapé – Só discordo num pormenor; Florença é Florença. E tem um rio. Não sei se é por isso!
Fotos IM