sábado, agosto 14, 2004

CELEBRAR A OBRA



Não gosto de elogios fúnebres, prefiro celebrar a obra.
Só comecei a conhecer o trabalho de HENRI CARTIER-BRESSON em 1974/75 quando a compra da francesa PHOTO se tornou um dos meus hábitos de consumo.
No meio de muita informação técnica, muita publicidade a material fotográfico cujo preço, à época, era proibitivo em Portugal, principalmente ao escalão etário mais jovem, e de muitas fotografias realizadas com o apoio das maravilhas da técnica, - as fotos trabalhadas a laser eram já uma realidade e lembravam a pintura dos Impressionistas - havia, amiúde, fotos e referências a HCB.
Eu estava “a sair” das fotos de família, daquelas fotos de dimensão muito reduzida, com margem serrilhada, em que me via apenas um ponto minúsculo, captado a excessivos metros de distância, pelo “caixotinho” KODAK, de uma das minhas tias, nomeada “fotógrafa oficial” lá de casa. E, a compra da minha primeira SLR, ainda teria que esperar até 1980.
As fotos do Bresson, apesar do desfasamento no tempo e no espaço, - o senhor era contemporâneo da senhora minha avó – fascinavam-me os olhos e o espírito. O enquadramento era perfeito e mais tarde vim a saber que não cortava negativos; imprimia tudo o que captava. Tinha a precisão e a rapidez necessárias para captar o que queria e só o que queria.
Das muitas fotos dele, há uma que não encontro e que recordo amiúde: “A Jogadora de Ténis” – anos 30? – uma senhora a que os franceses chamam “Bon chic, bon genre”. E é assim que vou guardar o CARTIER-BRESSON. B.C.B.G.!


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