(1840 – 1926)
No início dos anos 90, comprou um terreno um pouco mais abaixo da sua casa, num local exótico. Um regato permite-lhe dispor em jardim de água esses quase 7.500 metros quadrados. Mais tarde, pagará a um jardineiro para tratar dos nenúfares que aí crescem e a mais cinco para o resto do jardim.
Em 1895, manda construir uma pequena ponte japonesa. Esta extensão de água imóvel sob o sol, animada pelo zumbido das libélulas, com as suas rãs escondidas nos roseirais que se deixam cair dentro de água quando alguém se aproxima, é para Monet um local de paz e meditação. O lago, as suas plantas aquáticas, as suas algas, a sua profusão de lírios selvagens, os roseirais e chorões, os seus charcos de nenúfares nacarados, transforma-se na inspiração principal dos últimos trinta anos de vida do pintor. Pode ver-se Monet que, literalmente, se aproxima do seu tema, enquadra-o como com um zoom para finalmente nele mergulhar por completo. Primeiro são as grandes composições, depois as vistas parciais do lago com a ponte japonesa e por fim os pormenores do pedaço de água onde o céu já só está presente através do seu reflexo. Nestas telas não existe horizonte. Árvores, céu e nuvens reflectem-se no espelho de água – não podemos, sem dúvida, falar de paisagens no sentido estrito do termo. Monet designava-as por “espelhos de água”.
(TASCHEN)
...e a sua obsessão era conseguir captar momentos, quando o olhar se abria para o lago, onde os reflexos da luz do dia iluminavam a água, os nenúfares em coloridos difusos, sempre mutáveis...
ResponderEliminarNos dias de hoje, a propriedade de Monet com o seu lago, continua preservada a expensas da edilidade que mantém as portas abertas aos inúmeros visitantes, incluindo estudantes de arte e amantes da pintura que aí tentam captar nos seus suportes a magia do local.
ResponderEliminarNão sabia Isa! E a ponte japonesa mantém-se? Claro, que pergunta!
ResponderEliminarSuponho que sim. Não me lembro de ter lido nenhuma referência em contrário. A reportagem incluía algumas fotos da propriedade e mostrava o excelente trabalho de recuperação e conservação do lago, levado a cabo pela "Mairie" local, após décadas votado ao abandono.
ResponderEliminarVisitar os "Espelhos de Água" de Monet, consta da minha lista de viagens.