quarta-feira, novembro 10, 2004

BARCOS NO PORTO


Isabel Magalhães

BARCOS NO PORTO *
1989
24 x 35 cms
Óleo sobre tela


Col. Autora

* Segundo De Staël.







Foi com esta tela que iniciei a minha experiência com óleo. Há já quinze anos! Tinha uns leves conhecimentos empíricos àcerca dos materiais a usar, além dos tubos de tinta propriamente dita, e que resultaram de perguntas feitas na loja da especialidade onde os comprei. Nestas coisas há sempre uma panóplia de materiais - a maior parte desnenecessários - desde médios de vários tipos, alguns de secagem rápida que tornam difícil o "esticar" da tinta, passando por terebintinas sofisticadas - agora até há uma variedade sem cheiro, dizem - vendidos em frascos minúsculos, a preço de ouro, e pinceis de números tão reduzidos que nem servem para pintar unhas.
Munida do que julguei ser o mínimo indispensável, e sem ter, ao contrário do que me é hábito, comprado um livrinho sobre o assunto, aterrei em casa muito feliz e pronta para a minha grande aventura.
Nesse Natal, os parentes ficaram com o problema do presente resolvido. Recebi um cavalete, quase de profissional, que ainda mantenho em bom estado, uma malinha em madeira para acondicionar os tubos, os frascos do médio e da terebintina, a paleta e os pincéis. E, durante algum tempo, os meus filhos, adolescentes, foram-me surpreendendo com ofertas de tintas e pinceis, à medida das respectivas mesadas.
A experiência do óleo não se prolongou além de uma meia dúzia de telas. Revelou-se incompatível em casa de rinites alérgicas, em que a única sala disponível era o living onde, com excepção das horas de dormir, acontecia toda a vida da família, e deu lugar ao acrílico.

24 comentários:

  1. Barcos no Porto ou outro abrigo qualquer, sem duvida uma pintura naif mas, mesmo assim com mais jeito do que eu.

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  2. Pela amostra até tinhas grande potencial. Bem, estou seguro que na alternativa o talento ainda é maior.
    *A

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  3. "Naïf" ou ingénua? :)))

    Beijinhos, Fernão Gaivota.

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  4. Olá Alexandre N.

    Claro que depois desta tela comprei um "monte" de livros - um dos meus vícios consumistas - e aprendi uma série de coisas que na altura não faziam grande sentido como o "pintar gordo sobre magro" e outras expressões herméticas. :)))
    Quanto ao acrílico... é o que por aqui tenho deixado, mais uma centena deles cujas fotos procuro
    "desesperadamente" há algumas semanas, sem sucesso.

    ***

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  5. e são 15 anos que deram bons frutos.. :>)

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  6. Ciao Daniele! Ciao Roma!

    Grazie tanta... scriverò. :)))

    U take care 2!

    *****

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  7. Olá Alexandre M. ;

    Que saudades! Tem andado no mar? Passei pelo "Arame"... sem acesso a comentários. Depois indaguei a quem sabe, e disseram-me que estava ausente.

    Obrigada pelas palavras. Apareça... gosto de o ler.
    Bjs. :)

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  8. ...pelos vistos começaste na altura da queda do muro; e, começaste bem...e, conrinuaste melhor :)... obrigado pela tua visita... quanto ao malucão do Black já anda outra vez na correria atrás dos carros... não ficou traumatizado... :) *

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  9. Olá Joaquim! :)))

    Aquele muro sempre me fez "doer"... sempre tive esperança de o ver derrubado.

    Quanto ao Black e se o meu cão fizesse isso, nem dormia descansada. Acho que ando muito sensível. :)))

    Um beijinho, meu amigo.

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  10. Quando a coisa corre nas veias não há “material” que a pare!

    Na minha opinião, com a mestria adquirida na longa caminhada e com condições “arquitectónicas” adequadas, a próxima fase de óleo será digna da mão que agora segura o pincel!

    Gosto, reflecte a visão que tenho de um porto com a neblina do amanhecer, quando o pescador, ainda com o corpo encolhido de sono e frio na grossa camisola, olha do pontão para mais um dia de pescaria....

    Bjs :-)

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  11. Olá R. Gui;

    Embora as actuais condições arquitectónicas estejam consideravelmente alargadas, não tenciono voltar a usar óleo. Por motivos vários. A minha rinite continua e continuará - com a Graça de Deus - incompativel. As vantagens do acrílico sobre o óleo são imensas e as desvantagens... nulas. Assim, para quê mudar? :)
    O acrílico tem uma técnica muito própria, a que já me habituei, permite trabalhar "a la prima", e, como muito bem sabe seca rápido, com a consequente redução do problema do armazenamento. Só vantagens! :)

    Quanto á minha pequenina versão da tela do Nicolas De Staël (1914-1955) tenho exactamente a mesma opinião - a neblina num porto ao amanhecer.

    E beijinhos. :)))

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  12. Olá Isabel

    Já olhei para esta tela (para a foto no post, claro) meia dúzia de vezes e cheguei à conclusão que não é impressão minha: vejo mesmo os barcos em movimento a baloiçar tranquilamente, obedecendo ao calmo ondular do mar. E gosto.

    Beijinhos

    João M.

    P.S. Rinite alérgica? Welcome to the club...

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  13. Olá João Miranda! :)

    Não sei se os barcos balançam mas sinto imensa ternura por esta tela. Faz parte da minha colecção e podes crer que é muito mais bonita do que a foto revela.
    Pintei-a a partir de uma pequena reprodução de 2 x 3 cms que tirei duma revista e não tinha a mínima ideia do tamanho original. Nem sabia nada do De Staël! :)))

    Beijinhos.

    P.S. Caranguejo e com rinite? :)))

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  14. Experiência, dizes tu? Nota-se que é uma fase diferente das que tens mostrado, mas bela, sem dúvida, denotanto o potencial dessas valiosas mãos e olhinhos.
    Beijinhos orientais, Isabel. ;)

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  15. Bom dia, Noite! :)))

    Sempre gentil, sempre com uma palavra simpática para encher a alma dos outros.

    Dificilmente chamaria fase a esta tela. É, foi, apenas uma - a primeira - tentativa de "sentir" o óleo. Não encerra qualquer criatividade; é uma reprodução à vista de algo que tocou o meu olhar. Curiosamente, apliquei o óleo "à espátula" e só mais tarde, dois anos mais tarde, quando por acaso - a minha vida é quase toda feita de acasos - vi um livro sobre o Nicolas De Staël na Clássica Editora, fiquei a saber que ele optara por trabalhar as telas à espátula, após uma primeira fase de geometrização gráfica.

    Beijinhos "a oeste da Europa". :)))

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  16. Desisto.
    Só venho aqui para dizer bem. Mão tens por acaso um quadro escondido que seja feio e sem luz para que eu possa mudar o tom do meu discurso?
    ;)

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  17. ("Não", queria eu dizer no comentário anterior)

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  18. Mas olha que foi pena abandonares. Prometia muita coisa boa :-) Beijinho, Isabel

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  19. A subjectividade do feio e do bonito. :)))
    Há uns de que gosto menos e por isso hesito em enviar para as Galerias; paradoxalmente, são os primeiros a serem vendidos. :)

    Beijinhos, Vague, bom São Martinho.

    P.S. Quando chega a onda "pink"? :)))

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  20. Não abandonei a Pintura... mudei apenas, e já há muitos anos, de material. Passei a usar o acrílico, por todos os motivos que aqui disse. E - só para nós - se não mencionar que é acrílico, nem se sabe. :)))

    Beijinhos, Yardbird. :)

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  21. Olá Isabel :-)

    Não podia estar mais de acordo! :-)
    Especialmente depois das experiências que tive, mas nada com rinite.
    Substituir nunca! Especialmente pelas obras de arte de tão vasto portfolio em acrilico.
    Mas nunca se sabe quando se volta a experimentar, só para variar. ;-)

    bjs :-)

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  22. Talvez no verão...
    Ainda tenho uma mala cheia de tubos de óleo e um verdadeiro horror a estragar o que quer que seja.

    Voltei a pegar no livro do De Staël; ele aplicava a tinta à espátula, directamente do tubo, sem médio nem terebintina. Deve levar meses até secar! :)))

    Bjs R.

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  23. fragmentos de cores e sonhos, pequenos barcos que os transportam, em horizontes imaginados, em longuras de sentires por sobre as águas.
    Beijinhos, amiga.

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  24. ... e a cor das tuas palavras e o prazer da tua companhia no meu blog.

    Beijinhos, Musalia. Um bom fim de semana. :)))

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