segunda-feira, setembro 20, 2004

BUGANVÍLIA


Olympus [mju:] 300 Digital



Três troncos ressequidos deixados ao lado do contentor. Das folhas nem vestígio. Numa das extremidades, um emaranhado de raízes sujas de terra e com a forma do vaso demasiado pequeno que a albergara tempo de mais.
Não lhe ficou indiferente – talvez ainda houvesse esperança de vida. Levou-a para casa. Deu-lhe um vaso condizente com a envergadura dos troncos, acondicionou-a em 10 quilos de terra tratada. Podou-a para lhe devolver um aspecto harmonioso. Regou-a e esperou.
Três semanas passadas, os primeiros vestígios de vida – uns pequenos pontos verdes claros, vibrantes, a despontar nos troncos.
Na primavera seguinte, apesar da profusão de novos ramos e folhas, as flores teimavam em não aparecer. De que cor seriam?
Mais água, muita água e fertilizante nas doses indicadas na embalagem e a impaciência da espera. E assim passou quase todo o verão; um verão de cuidados e observação. Até que um dia, chegou à varanda e notou que nas extremidades dos jovens troncos, umas folhas se haviam transformado em pontos amarelo Indiano.
É a minha Buganvília amarela. E vive na varanda da minha sala, banhada pela luz que também me alimenta.

13 comentários:

  1. Luz é vida...
    Mas foi o carinho que a fez respirar novamente!

    A obra prima será sempre uma “tela” viva
    O verdadeiro significado de criação
    A germinar da semente que se semeou!

    bjs

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  2. Já de volta? Que tal as férias? :)
    Bj

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  3. Belo texto. Belíssimo gesto. Dar vida de novo...
    um beijo
    *

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  4. Lindissimo o teu gesto, Isabel! Tive uma buganvília, em tempos, na varanda da parte fronteira, mas não vingou. Provavelmente não lhe dei o carinho que necessitava. Culpa minha.
    Acho que vou tentar de novo, nunca se sabe, poe ser que a buganvília me adopte a mim.
    Beijinho!

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  5. As buganvílias não requerem muito, musalia! Um vaso adequado à dimensão da planta, uma boa drenagem, água - deixar secar entre duas regas - suplemento mensal com a salvaguarda dos meses de repouso, um bom tutor para que o vento nao danifique as raizes e uma boa exposição solar.
    Um dia feliz e bom trabalho! :))

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  6. Tambem gosto imenso de buganvíleas, e apetecia-me ter uma na minha varanda, mas tenho muitas dúvidas. Além disso às vezes esqueço-me das plantas... Mas a primeira dúvida parece estar aqui respondida. Elas aguentam-se num vaso... 10kg de terra?! Isso dá um vaso enorme... Ao sol apanharia muitíssimo vento... num canto da varanda não teria vento, mas tambem não teria sol directo... o que será preferível?

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  7. Homoclinica; O vaso será sempre adequado à envergadura da planta, e esta já atingiu os 3 metros de altura :)Provavelmente, na próxima primavera, irá necessitar de outro ainda maior.
    Qual é a orientação da sua varanda? Segundo a Enciclopédia da Time Life e a minha experiência, o sol é essencial. Quanto ao vento, desde que lhe dê um bom tutor onde se apoiar firmemente - de preferência uma treliça, das que se prendem à parede e onde se vão "agarrando" com atilhos próprios, os novos ramos, penso que o problema fica resolvido.
    Gostei do seu interesse! :)

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  8. Gostei muito do texto! Tenho uma buganvília que costuma florir de um vermelho lindíssimo... Vou aproveitar para colocar lá no blog uma foto! Francisco

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  9. Francisco; "Bora" lá enfeitar a blogosfera com buganvílias. :)))
    Também tenho uma vermelha, cor de morango e uma branca que comprei, com pouco mais de um palmo, e já atingiram 2 metros. (Nem sempre "ando ao lixo") :)))

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  10. Que bonito, não sabia que também existiam em branco, as que tanho são púrpura (como a nossa amiga blogueira) e rosa. São enormes e lindas, uma na parte da frente e outra na parte de trás do meu quintal.

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  11. Mafaldinha; É um facto, também as há brancas!
    Num quintal/jardim atingem dimensões excepcionais. Por vezes, sinto "remorsos" de manter as minhas condicionadas em vasos não lhes permitindo a expansão que lhes seria devida. :)

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  12. Aprecias requintados sabores de camarão com frutos tropicais, e pintas com o mesmo calor a tranquilidade alentejana e a, para mim estranha, urbanidade de Manhattan.

    Estimas os animais e ressuscitas flores de plantas rejeitadas, quase mortas, abandonadas por quem nunca as mereceria ver florir.

    Pintas o amor, a terra, o mar. Pintas o sol, o infinito e o ar!...

    Xiça, Mulher! Mas que força enorme se sente em ti!... É difícil ficar-se insensível!

    Algo te faltará?

    Espero e desejo que não, pois arde em ti uma tão linda chama!



    Um amigo pindérico

    J

    [Pindericus]

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  13. António (Pindéricus), meu desconhecido amigo!

    Este seu e-mail, que tomei a liberdade de inserir aqui, deixou-me sensível. Há "escritas" que mexem comigo e esta foi uma delas. Nem só de "pão" vive o Homem! Dizem!Nem a Mulher! Digo eu! :))) Obrigada pelas linhas que me dedicou. Um beijinho para si.

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