primeira pele: a epiderme
As mudanças do seu estado civil testemunham bem o seu fascínio inato pelas irregularidades não dominadas que engendram as felicidades do acaso. O sobrenome Hundertwasser, que ele tornou célebre nos quatro cantos do mundo não é o seu verdadeiro nome. O seu nome de registo é Friedrich Stowasser. E é justamente em 1949 que ele adopta o nome de Hundertwasser. "Sto" significa cem (Hundert) em russo e em todas as línguas eslavas. Des anos mais tarde, descobre que "Sto" poderia ter origem no qualificativo "Steh" ou "Stau": Stauwasser, água parada: Tinha portanto germanizado impropriamente o seu nome... Mas que importa, Hundertwasser soa bem, sublinha a atracção que o vocábulo "água" exerce em todas as línguas, a água à potência cem. Em 1961, ano que passou no Japão, Hundertwasser altera o seu nome próprio para Friederich depois para Friedreich. Em 1968, em Veneza, onde vive suspenso do seu barco, faz nova amálgama: Friedensreich (reino da paz) Hundertwasser Regentag (dia de chuva) passará a ser o seu nome completo, Hundertwasser entre o reino da paz e o dia de chuva: a paz e a chuva, dois estados de graça. Mais recentemente um outro nome veio juntar-se aos restantes: Dunkelbunt (cores vivas, um pouco tristes, como animadas por um clarão vindo das profundezas: uma reminiscência das flores do herbário da sua infância?).
Em HUNDERTWASSER a Arte e as convicções andam a par. O pintor, o teórico-construtor e o higienista social partilham a mesma pele.
Foto: "Discurso Nu"
Galeria Hartmann, Munique 1967
Muito interessante. Não conhecia este pintor.
ResponderEliminarFelicito-a pelo seu blog e pela divulgação que faz da pintura contemporânea com suporte de bons documentos.
A.S.
ResponderEliminarNão identifico as suas iniciais mas agradeço o comentário.
Espero que continue a 'visitar-me'. :)
Estamos sempre a aprender neste "À rédea solta" é o que é... mais um que não fazia a minima quem era
ResponderEliminarobrigado por mais uma lavagem cultural
Beijocas doces claro está
Cara Isabel
ResponderEliminaresse artista poderia muito bem estar a fazer uma campanha contra as pessoas que usam casacos feitos com peles de animais em vias de extinção... Em POrtugal são as pessoas que já começam a nascer menos, será alguma indirecta para a nossa taxa de fecundidade e de natalidade...
Cumprimenta
rui paula de matos
Querido Mocho,
ResponderEliminarVamos postando umas coisas para justificar o blog. :)))
Beijões.
Caro Rui,
ResponderEliminarTb sou das que se opõem ao uso de peles de animais em vias de extinção e de outros criados para esse fim específico.
Lembro-me sempre de uma óptima frase dos anos 70, dos que lutavam pelos direitos dos animais:
"It takes fifty animals to make a coat and only one beast to wear it"!
Quanto ao decréscimo da natalidade cá no burgo, sei que sim... e estou, mentalmente, a enumerar uma série de razões. :)
Obrigada por me ter dado o prazer da sua visita.
Um abraço.
Interessante a história deste senhor, as transformações, o nome devia ser apenas um dos lados. Foi ele então que criou aquele trabalho entre o cor-de-rosa e o vermelho,,não é?
ResponderEliminarPosou nu para a fotografia ou nem posou, anda mesmo assim?...com este frio!
Um beijinho
Laerce,
ResponderEliminarNão tenho net desde a manhã. Estou num HealthClub porque esta coisa é viciante... :)))
No livro o Hundertwasser aparece várias vezes em 'nu integral' sempre a manifestar-se por ou contra qq coisa, mas eu achei por bem, cortar um bocado à foto, "à cause"... :)))
No próximo post, abordarei a segunda pele - o vestuário, e vais certamente achar um piadão. Pode ser que a moda pegue, com a crise que por aí anda. :)
Ah! sim, é o pintor do cor-de-rosa quase vermelho.
bj.